É o tipo de pergunta que surge, perante catástrofes como a do Japão. Tremores de terra, tsunamis, chuvas torrenciais com desabamento de terras, secas monumentais… Espalham a morte e a miséria. Ficamos perplexos. Como é que Deus consente?
Perante um 11 de Setembro, há quem culpar: os islamitas, obcecados com a jihad, tão diferentes de nós cristãos, tolerantes e democráticos. Em casos destes, raramente nos perguntamos como é que Deus deixa acontecer, pois trata-se da “força do mal”, quiçá guiada pelo Diabo. Deus sempre teve os seus problemas com o Diabo, é a eterna luta entre o bem e o mal. E nós estamos do lado do bem, claro!
E agora? Quando um cristão, nascido e criado num dos países mais civilizados e democráticos do mundo, causa tal banho de sangue? Ontem, ouvi dizer a um jornalista norueguês, cujo local de trabalho se situa na zona onde a bomba rebentou e que assistiu a tudo de perto: “No fundo, todos nós sabemos que um atentado terrorista pode acontecer em qualquer lado, a todo o momento. Mas o que se passou na ilha de Utoya é indescritível, é horrível.”
Um cristão, bem parecido, extermina, em nome da religião, dezenas de crianças e jovens, indiscriminadamente, como se de um jogo de computador se tratasse…
Como é que Deus deixa acontecer?
(Texto originalmente publicado em 2711).
O que vemos são estúpidas manifestações da loucura humana que inventam os seus próprios deuses. Os verdadeiros deuses, se existem, há muito que nos deixaram ao deus-dará!
ResponderEliminarO deus que nos assiste falha-nos sempre, é como um corretor de seguros, não esperamos que ele nos telefone com propostas para PPRs e outras aplicações que não desejamos subscrever, mas quando um acidente ocorre é o primeiro a quem recorremos... o carro de substituição e o para quando a peritagem?
ResponderEliminarÉ claro que Deus não estabelece com os homens uma relação de assistência, por mais que O invoquemos.
uma boa pergunta que aqui deixas. também Não sei a resposta.
ResponderEliminarSim, eu também penso que o problema está na relação que estabelecemos com Deus. E queria chamar a atenção para o facto de que as pessoas se fazem esta pergunta, apenas perante catástrofes naturais, pois, nos outros casos, há em quem deitar as culpas.
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