Extractos da opinião da Paula, do blogue ...viajar pela leitura...
Um aspecto que me parece muito importante nesta obra é o facto de a autora não cair na armadilha da velha estória dos bons e dos maus. A nossa tradição e a nossa educação veneraram os guerreiros cristãos como heróis que lutaram contra os terríveis muçulmanos. Na verdade, nem os cristãos eram santos nem os muçulmanos eram terríveis; todos eram homens de carne e osso, com as suas qualidades e fraquezas. É muito interessante verificar neste livro como o povo e os próprios exércitos conviviam pacificamente (mouros e cristãos) quando não havia batalhas a travar. De resto, assim como aqui não há bons nem maus, também não há heróis nem bandidos; os nossos guerreiros cristãos muitas vezes punham em prática estratégias que de cristãs pouco tinham, arrasando aldeias e cidades, destruindo colheitas, violando mulheres, saqueando, etc.
É um livro que, embora extenso, nos deixa, no final, com pena de já ter terminado.
A história, ela própria é escrita do lado dos vencedores, é preciso um certo distanciamento para não cairmos nessa tentação de dividir vencedores e derrotados entre maus e bons.
ResponderEliminarParabéns por mais uma boa crítica.
Obrigada, António.
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