Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

13 de outubro de 2012

O romancista ingénuo e o sentimental


O conteúdo deste livro, com tradução de Álvaro Manuel Machado, consiste em seis conferências dadas pelo escritor nobelizado Orhan Pamuk, na Universidade de Harvard, partindo do ensaio de Schiller: Sobre a Poesia Ingénua e a Sentimental. Orhan Pamuk transporta a teoria para o romance, usando a sua experiência, tanto como autor, como leitor. Pelo meio, ficamos a saber um pouco sobre a sua vida e o meio literário turco.

Como escritora, não pude deixar de apreciar passagens como:

Um traço característico do romance é o de que o escritor está presente no texto sobretudo nos momentos em que nos esquecemos mais dele.

Nos romances bem construídos, tudo está relacionado com tudo, e esta enorme teia de inter-relações forma a atmosfera do livro e leva ao seu centro secreto.

Uma das razões que me leva a amar a arte de escrever romances é que ela obriga-me a ultrapassar o meu próprio ponto de vista sobre o mundo e a tornar-me outra pessoa.

O poder de sugestão e os limites universais do romance são determinados pela sua capacidade de partilhar com os leitores sensações e experiências da vida quotidiana.

Porém, e não obstante momentos agradáveis como estes, confesso que a leitura se me tornou bastante exaustiva, ao ponto de eu, em certas alturas, estar prestes a largar o livro, sentido-me como a senhora da pintura que ilustra a capa. Espero que, nos seus romances, Orhan Pamuk consiga cativar melhor os leitores.




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