Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

21 de maio de 2013

Cristo e as Mulheres Desaparecidas (4)


Lídia de Filipos

A primeira pessoa europeia a converter-se ao Cristianismo foi uma mulher: Lídia de Filipos.

São Paulo e os apóstolos, em missão missionária, encontraram-na entre um grupo de mulheres, nas margens do rio Gangas, às portas da cidade de Filipos. Depois da conversão e batismo de Lídia, ela convidou os apóstolos a irem a sua casa: «Se acham que eu realmente creio no Senhor, venham ficar a minha casa» (At 16:15). Eles ficaram lá hospedados, até tornarem a partir, na sua missão de propagar os ensinamentos de Cristo.

O facto de Lídia poder hospedar um grupo de homens desconhecidos, sem o consentimento de um marido, ou de outro homem da família, faz supor que fosse viúva. Mas não há certezas para esta interpretação. Para Ute Eisen, teóloga e Professora na Universidade de Giessen (Alemanha), esta será uma das provas de que reduzir as mulheres ao papel de esposas e mães contradiz o Novo Testamento, em que elas nos surgem, muitas vezes, ativas, tanto profissionalmente, como em trabalho missionário.

No site da Paróquia São Miguel e Almas, no Brasil (Minas Gerais), diz-se que Lídia era uma proprietária de sucesso, rica, influente e popular, exercendo sua liderança entre os filipenses, tornando-se a sua casa na primeira igreja católica em solo europeu. E ainda: a importância de Lídia foi tão grande na missão de levar o Evangelho para o Ocidente que cativou o apóstolo Paulo, criando um forte e comovente laço de amizade cristã entre eles.

Apesar de ser, por alguns, considerada Equal to the Apostles, Lídia de Filipos foi confinada, pela Igreja Católica, a Padroeira dos Tintureiros, título que advém do facto de ela ter sido mercadora de tecidos de cor púrpura e talvez se tenha igualmente dedicado ao seu tingimento.

Nota: os posts desta série são baseados num documentário da ZDF.

12 comentários:

Bartolomeu disse...

Pois... a malta é que tem o hábito de tentar reduzir tudo o que diz respeito à mulher, ao menor múltiplo comum.
Mas na realidade, tudo gira em torno do sexo femenino.
Sem a mulher, não existiria o homem, sem ambos, não existiria a humanidade. Sem humanidade, será que existiria Deus?

Cristina Torrão disse...

A Igreja tem de aprender a encarar a outra metade da humanidade nos olhos.

Boa pergunta, Bartolomeu: foi Deus que criou a humanidade, ou foi ao contrário?

Bartolomeu disse...

É bem provável que tenha sido ao contrário, Cristina. Sobretudo se tomarmos como bons, os estudos de Darwin e de Einstein.
Mas tenho um "feeling" que se ocorresse um cataclísmo universal a que sobrevivesse uma meia-dúzia de seres humanos (1 homem e 5 mulheres), tudo voltaria a ser com sempre foi.
;))

Cristina Torrão disse...

Dou como certa a teoria da evolução de Darwin, penso que não poderia ter sido de outra maneira e estou convencida de que somos aparentados com os outros animais. É que não há mesmo volta a dar-lhe ;)

"Tudo voltaria a ser como sempre foi" - sem dúvida! (Só não sei se gostaria que ficasse só um homem, caso fosse eu uma das 5 mulheres ;)))

Bartolomeu disse...

Pensa comigo Cristina: ficando um homem e cinco mulheres, tinhamos a garantia de Deus prevaleceria também. Se não repara: O homem assim que se encontrasse com as cinco mulheres exclamaria de imediato: Oh meu Deus! O mesmo sucederia com as 5 mulheres. Sobretudo se soubessem já, serem os únicos sobreviventes.
Quando o homem se deitasse com as 5 mulheres, passaria a noite a exclamar: Oh meu Deus!!! As mulheres, ao princípio também...
Nas noites seguintes, o homem começaria a pedir auxílio a Deus e as mulheres a reforçarem-lhe o pedido. Até que por fim, o homem passaria a pedir a Deus que o livrasse das mulheres e elas a pedirem a Deus que ressuscitasse outros homens.
Como vês, Deus manter-se-ia no pensamento e no coração do homem... e das mulheres...
;))

Cristina Torrão disse...

Talvez devesses escrever uma novela, ou um conto, com esse enredo ;)

Bartolomeu disse...

Se soubesse escrever, talvez.
O problema é que sou analfabeto, já esqueceste?!
;)

Cristina Torrão disse...

Acho que é uma pena...

Bartolomeu disse...

Uma pena Cristina, é uma amiga cujo blog é o seguinte:
http://passeandopelavida.com/
É uma mulher/motard que já percorreu uma boa parte do mundo sobre duas rodas e sózinha. Tem uma infinidade de histórias e aventuras,vividas nos locais mais inóspitos e impensáveis. Tem, para além de incontáveis fotografias feitas durante as viagens, um número imenso de desenhos e aguarelas feitos por ela, retratando os locais por onde tem passado. E tem uma vontade imensa de publicar tudo isto. No entanto, tem tabem a dificuldade de entrar nesse mundo da publicação. Será que tu, terias forma de lhe dar um empurrãozinho?!
A moça chama-se Gracinda e é quase tua conterrânea.
;)

Cristina Torrão disse...

Bartolomeu, caro amigo, näo sou assim täo influente...
Desiludida com a Ésquilo, confesso que estou a ter dificuldades em encontrar uma nova editora.
Enfim, estas coisas levam tempo e tenho feito novos contactos, há, por isso, esperança ;)

Vou dar uma olhada no blogue dessa tua amiga e, se algum dia tiver possibilidades de fazer alguma coisa, näo me esquecerei. Mas aconselha-a a ter paciência, muita paciência, se ela tem vontade de entrar no mundo da ediçäo!

Bartolomeu disse...

Agradeço-te Cristina.
Muito embora so conheça o blog e troque comentários com a autora, reconheço-lhe muita qualidade nos desenhos e aguarelas que publica, os quais, conjugados com as histórias e aventuras de viagem, penso que dariam uma leitura bastante interessante.
Desejo-te os mais auspiciosas resultados na tua busca por uma nova editora. A Ésquilo, de quem sou aliás cliente, não sabe a oportunidade que está a deitar pela janela. Sabemos que actualmente, muitos escrevem, mas a qualidade literária está a desvanecer-se.

Cristina Torrão disse...

A Ésquilo publica bons livros e tem das melhores capas do mercado livreiro português (dentro do género histórico e filosófico). Mas é pena que desleixe o tratamento dos seus autores e que näo leve a sério compromissos importantes. Algo que dificilmente se compreende, pois, com outra política, poderia ter muito mais êxito. Os responsáveis pela Ésquilo precisavam de lições de boa educação e relações públicas...

Pela parte que me toca, agradeço os elogios :)))