Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

31 de julho de 2013

Letras Portuguesas

Este é o título de uma das rubricas do blogue Ler é Viver. E, no passado sábado, a sua autora, escolheu-me para figurar lá. O meu muito obrigada à Clarinda!

Interessante é, também, a rubrica eu já vi, em que a Clarinda compara capas de livros idênticas. Mas o blogue tem outros pontos de interesse e vale bem uma visita.


30 de julho de 2013

It´s a Sony!

Pois, aqui está a solução (desta vez, sem borboletas :)



Muito obrigada pelas vossas participações. Estiveram perto, mas faltou acertar na marca. Pensei que a cor fosse inabitual, para aparelhos destes, mas, afinal, a Carla também tem uma capa assim para o seu Kindle. Apesar de ser sportinguista, tenho um faible pela cor vermelha. E o meu merido sabe-o ;-)

O primeiro download que fiz foi a Blimunda Nº 14, a revista online publicada pela Fundação Saramago. Vamos ver quando irei começar a descarregar e-books. Para já, estou a ver se vou lendo os livros que comprei na minha última estadia em Portugal...


29 de julho de 2013

Qual é a coisa, qual é ela?





Recebi esta prenda, no meu recente aniversário.
Uma carteira? Uma agenda? Um diário?
O que acham que é?

A solução amanhã ;-)


28 de julho de 2013

Escritor

«Já escrevia nessa altura, versos, ninharias. Mas ia ser o maior escritor do mundo, isso era certo. Na minha opinião sou, claro, não vale a pena escrever se não se é o maior escritor do mundo. Infância, ainda sinto o teu mistério, as descobertas diárias, o teu murmúrio no meu sangue».

António Lobo Antunes (da crónica publidada na Visão nº 1057 - 06-06-2013)


26 de julho de 2013

O meu cão e eu


«Enquanto as outras crianças me chamavam “orelhas de elefante”, o que me feria ao ponto de não conseguir conter as lágrimas, a Peggy fazia-me sentir como se fosse perfeita. Conforme fui crescendo, fui-me apercebendo de comportamentos quase humanos vindos de um animal irracional. Comportamento de total aceitação, capacidade de entrega e confiança, ausência de julgamento e preconceito, bravura, imensa capacidade para perdoar, e uma enorme sensibilidade e intuição...», in Introdução.

Via Leituras do Corvo


25 de julho de 2013

Nova Editora

A Virgínia do Carmo deu mais um passo e criou uma editora. O primeiro livro, Erros de cálculo ou outra coisa qualquer, com poemas do transmontano Miguel Pires Cabral, vai  ser lançado no próximo sábado.


Desejo toda a sorte do mundo a este projeto. E, quem sabe, talvez algum dia eu também edite na Poética edições. Tudo depende de como correr este ano, estou à espera de um certo feed-back... Mas, para já, não posso dizer mais. Ser escritora também é saber ter paciência... muita paciência.


24 de julho de 2013

Ternura


 
Amigos da Ganika

Às vezes pergunto-me: se somos tão especiais como muitos de nós acreditam, porque é que Deus nos fez tão parecidos com os outros animais?


22 de julho de 2013

Naquele Tempo (20)


À protecção divina sucedeu a ideia de uma quase sobrenatural permanência do «espírito nacional» (Volksgeist) através de todas as vicissitudes do tempo, a indesmentida capacidade de vencer os inimigos ou de renascer da morte apesar de todas as derrotas, a inesgotável proliferação dos heróis capazes de dar a vida pela pátria, o incessante renascimento dos chefes adequados ao momento histórico ou mesmo genialmente capazes de conduzir a nação a admiráveis sucessos. Ao propor o ideal da heroicidade a todos os cidadãos, pelo simples facto de a narrar como história do povo lusíada, a épica quinhentista veio em socorro dos historiadores da nação e marcou indelevelmente cronistas e memorialistas portugueses até aos nossos dias. De uma forma ou de outra, obcecou românticos e liberais, a geração de 70 e os integralistas, os republicanos e os nacionalistas. A grande missão dos historiadores foi, para eles, sucessivamente, ensinar a preservar o «espírito nacional» presente nas instituições municipais, fazer ressurgir a pátria da decadência em que havia caído depois da epopeia marítima, ajudar a recuperar as boas tradições nacionais, esquecendo as contaminações estrangeiradas de ideiais corrompidos e corruptores, ou, pelo contrário, difundir o espírito do progresso para Portugal ser digno do seu passado. E, todavia, todos os historiadores modernos se consideraram, em Portugal, movidos pela racionalidade e descrentes de mitos. Inconscientemente, punham a ciência ao serviço do mito.

As três faces de Afonso Henriques, págs. 455/456


20 de julho de 2013

Pré-Publicação # 19



Lembrava-se de ter confessado à monja que viver sob a sombra da gémea a incomodava. E, na verdade, vivera, desde sempre. A sombra da irmã protegia-a. Os outros poupavam-na, enquanto ela aí se abrigasse, de contrário, abusavam dela, humilhavam-na. Roubavam-lhe a sua luz, apagavam-na. Por algum motivo, não a achavam digna de brilhar.
Mas havia aquela luz que insistia em iluminá-la por dentro e lhe dizia que ela era forte, criativa e carinhosa. Era esse o seu verdadeiro ser. «Há uma energia dentro de ti que é difícil de apagar», dissera-lhe a velha do Serro do Cão, «mereces pensar pela tua própria cabeça. E, seja qual for a tua resolução, se Deus achar que fazes falta ao mundo, sobreviverás».
Sentia que a sua luz interior lutava por sair, por irradiar. E a energia contida angustiava-a. Na solidão da sua caminhada, tirou o manto da cabeça e, segurando-o nos braços esticados, pôs-se a dar voltas, sentindo as gotículas na cara. O caminho da sua vida ainda se encontrava na encruzilhada e ela não sabia que direção seguir. Mas era livre! Como uma gota de chuva, a vaguear ao sabor do vento…


18 de julho de 2013

O Mapa do Tempo


Este livro é obrigatório para quem gosta do tema «viajar no tempo», com tudo o que isso implica. Pode-se viver um caso de amor com alguém do futuro? Pode-se viajar ao passado, a fim de se salvar alguém que se ama de uma tragédia? Se sim, é óbvio que isso já terá sido feito! E quais são, então, as consequências de se modificar o fluxo dos acontecimentos? Haverá universos paralelos, fruto das modificações operadas pelos viajantes no tempo?

Este é, de facto, um romance empolgante, onde uma das personagens principais é o escritor H. G. Wells, que publicou a Máquina do Tempo ainda no século XIX, autor, igualmente, de A Guerra dos Mundos. H. G. Wells chega a estar em perigo de vida (em conjunto com Bam Stroker e Henry James), quando um viajante do tempo pretende apoderar-se dos seus manuscritos ainda não publicados. Este episódio permite também a Félix J. Palma divagar um pouco sobre o que é ser escritor e o que distingue uma obra que se torna um clássico das outras. No fundo, o escritor é, ele próprio, um criador de universos paralelos, podendo, dentro da sua história, movimentar-se no tempo a seu bel-prazer.

Como se vê, há razões de sobra para o leitor se entusiasmar com este livro, apesar da sua extensão (a versão alemã de bolso tem mais de 700 páginas). Houve, porém, algo que não me agradou: embora as personagens principais persistam, as histórias sucedem-se umas às outras, o que quer dizer que, depois de nos termos habituado a um certo enredo, surge um novo, com outras personagens, assim uma espécie de vários livros dentro do livro. Há quem aprecie o género e, na verdade, o autor consegue jogar com todos esses enredos sem provocar confusão no leitor.

Como acima referido, li a versão alemã Die Landkarte der Zeit, um verdadeiro best-seller em terras germânicas. O original é em castelhano.


16 de julho de 2013

Divagações Abrilinas (16)



Mas, afinal, o que foi o Verão Quente?

O Verão Quente foi a ideia de que a revolução estava longe de terminada, mesmo depois de iniciados os trabalhos da Assembleia Constituinte, resultante das primeiras eleições livres, a fim de criarem as estruturas para a democracia em Portugal.
O Verão Quente foi quando o PCP tentou instituir uma ditadura de modelo soviético, com a curiosa ambição de fazer do nosso país a «Cuba da Europa Ocidental», orgulhosamente sós (faltava-nos os mares das Caraíbas; os piratas já nós tínhamos).
O Verão Quente foi quando a extrema-esquerda repudiou o imperialismo soviético do Barreirinhas Cunhal, tentando entregar o poder aos trabalhadores, acreditando na utopia da sociedade sem classes.
O Verão Quente foi quando a extrema-esquerda almejou expulsar, prender, ou até fuzilar burgueses, capitalistas e fascistas.
O Verão Quente foram governos provisórios a sucederem-se uns aos outros e manifestações a todas as horas, do dia e da noite, a favor e contra esses governos.
O Verão Quente foram cocktails molotov, assaltos e incêndios a sedes de partidos, pedradas, petardos, tiros e carros Cherman desgovernados pelas ruas.
O Verão Quente foram ocupações selvagens de casas, de estações de rádio e televisão, de anarquia nos quartéis, de sequestro da Assembleia Constituinte.
O Verão Quente foi quando o país se tornou num «manicómio em autogestão» e um governo se autossuspendeu, declarando-se em greve.
O Verão Quente foi a iminência da guerra civil.

Centro de Documentação 25 de Abril

As crianças do 25 de Abril estavam habituadas a ver militares em ação, a incidentes que os envolvessem, a manifestações que descambavam para a violência e a assaltos e incêndios de sedes de partidos. Para as crianças do 25 de Abril, o processo revolucionário não constituía uma situação de exceção. Era a normalidade.




Nota: Esta série termina hoje, com a 16ª divagação abrilina, a 16 de Julho, dia do meu aniversário. Em 1975, completei a minha primeira década de vida, em pleno Verão Quente. E fui, pela primeira vez, ao Algarve e a Lisboa.

 

13 de julho de 2013

Verão

Depois de um início nada promissor (à semelhança de Portugal), o Verão, na Alemanha, pôs-se bonito, com a vantagem de dispensar calores exagerados. Na verdade, há cerca de uma semana que o tempo parece ter sido encomendado a São Pedro: 25ºC de dia, 13ºC à noite, fresquinho, para que se possa dormir melhor.

Sem praia, temos o nosso pequeno jardim para descontrair. E a Lucy confirma o bem-estar ;-)

As alfazemas em flor

A vantagem de viver num país em que chove muito é que, quando vem o sol, os verdes explodem, viçosos

Ora deixa-me cá trabalhar para o bronze, que estou muito branquita!
Mas que moleza!


Esplendor na relva

Não se arranjam uns óculos de sol?


Touradas e outras brincadeiras inofensivas

Dezenas de pessoas foram pisadas por touros da corrida de São Firmino, em Pamplona, Espanha, este sábado. Estavam a ser perseguidas pelos animais quando ficaram presas na entrada da praça de touros.De acordo com as autoridades, 23 pessoas ficaram feridas entre elas um jovem espanhol de 19 anos que está em estado grave, de acordo com o serviço de urgência do Hospital de Navarra.

E a culpa, claro, é dos touros, essas feras estúpidas, sem sentimentos. Abatam-nos, já!




11 de julho de 2013

Divagações Abrilinas (15)





Força, força, companheiro Vasco
            Nós seremos a muralha de aço

Era o verdadeiro culto de uma personalidade, Vasco Gonçalves estava na iminência de se tornar um «querido líder». Álvaro Cunhal, pelos vistos, não tinha ciúmes, talvez não visse qual era o mal de, em vez de nos tornarmos na «Cuba da Europa», nos tornássemos na «Coreia do Norte da Europa». É, no entanto, curioso verificar que a figura de Vasco Gonçalves inquietava um revolucionário como Gabriel García Márquez:

            [Vasco Gonçalves] «É o único puritano em quem se pode confiar», disse-me um velho amigo seu, quando lhe manifestei a minha inquietação pelo facto de o primeiro-ministro só beber água mineral, mesmo nas festas mais íntimas.

Resta saber o que tinha o génio da literatura contra a água mineral.


8 de julho de 2013

Para quem vive em Macedo de Cavaleiros ou arredores...

... e não sabe como entreter a pequenada nas férias:



Já em agenda:

10 de Julho
atelier de leitura: os animais na literatura infantil
6-10 anos

11 de Julho
Coisas e Mãos | Marcadores de páginas (expressão plástica/ trabalhos manuais)
a partir dos seis anos

12 de Julho
atelier de escrita: brincar com versos
6 a 10 anos

Naquele Tempo (19)



Ora as noções de que aqui falo estão tão arreigadas na consciência cultural de todos, que é preciso lembrar constantemente uma realidade que poderia ser óbvia há seiscentos anos, mas não o é hoje de modo algum. Aparentemente não há muita dificuldade em recordar que, se o país surgiu como Estado independente em 1128, teria de ser precedido de uma realidade política bem diferente. Foi precisamente pelo facto de os autores dos anos 30 e 40 [do século XX], que se ocuparam muito deste assunto, terem partido de uma noção de Estado independente análogo ao que hoje existe, que eles postularam a existência de formas por assim dizer proféticas da nacionalidade, que se teriam ocultado antes, porventura desde a pré-história, sob aparências diversas, e que eles procuraram descobrir, como quem desenterra um tesouro. A ideia de Pátria como realidade sagrada, e por isso mesmo eterna, exigia que a fundação da nacionalidade não fosse mais do que a resposta a um apelo da natureza injustamente reprimido durante séculos. Para quem aplicava ao passado os conceitos fundamentais da ideologia então dominante, não era fácil de conceber a formação de Portugal como um longo processo, que começava propriamente com a fundação do Estado e não antes dele.

Capítulo Autonomias fronteiriças e formação nacional, ps. 445/446


6 de julho de 2013

875 livros num ano!



Sophia Moss, uma menina americana de 5 anos, leu 875 livros num ano! Aquilo que muitos pensam ser um exemplo a seguir, suscita-me preocupação. De um modo geral, as crianças leem menos do que deviam, mas não me parece saudável entrar em extremos destes. Uma criança tem necessidade de muito movimento e muita brincadeira e é impossível que esta menina tenha tempo para tais atividades. Pelos vistos, nem para dormir, como diz o pai:

Sophia's father, Carl said that sometimes her love of reading can get in the way of life. 'She'd be reading instead of sleeping'

Alguém comentou este artigo, dizendo que tem um filho assim. E o que diz a seguir também me parece assustador:

He's home educated, party due to bullying but mainly due to the fact that the schools couldn't give him what he needs and that is to be constantly reading and learning something.

Quando os pais se tornam paranoicos, em relação à segurança e às atividades dos filhos, estão-lhes a roubar muito do prazer da vida. E a comprometer seriamente a sua saúde mental.