Desta vez, foi a Joana Dias, do Páginas com Memória, que deu a sua opinião sobre Afonso Henriques, o Homem:
Não lhe interessa contar uma história que já foi centenas de vezes contada sobre os feitos heróicos de D. Afonso Henriques, interessa-lhe sim contar quem foi o homem de carne e osso por trás do herói.
Outra personagem que nos é apresentada de forma convincente e elucidativa é D. Teresa, geralmente apresentada ora como uma vítima do filho que a prende, ora como uma víbora e má mãe que desgraça a memória do defunto marido e se vira contra o próprio filho. D. Teresa não é nenhuma das duas coisas (...) É antes uma mulher de quem o filho herda grande parte do feitio, que tem uma personalidade invulgarmente forte e lutadora para as mulheres da época (...) que acredita que luta pela sua herança pois o Condado Portucalense pertencia originalmente ao seu pai. Morto o marido ela vê-se como herdeira legítima, por direito de sangue.
Não existem por parte da autora julgamentos de valor relativamente aos povos e aos personagens. Ela não diz se é D. Afonso ou D. Teresa quem tem razão na luta, não nos diz quem são os heróis ou os vilões da história (...) o que existe são personagens de carne e osso, com diferentes motivações, que não os tornam melhores nem piores. E é isso que torna este livro único: não estereotipar tudo e todos.
Uma opnião que faz justiça ao livro. A abordagem pelo lado simples dos afectos, difícil, está plenamente conseguida.
ResponderEliminarMuito obrigada, António, adorei esta tua opinião, acho que ainda não tinhas dado nenhuma em concreto. E olha que a tua opinião me é importante, porque tu sabes o que é escrever um livro.
ResponderEliminarSei que este não é o teu género de leitura, mas ouvir-te dizer que a abordagem pelo lado dos afectos está conseguida alegra-me muito :)
muito bem.
ResponderEliminarEstou curiosa. De D.Afonso Henriques muito se fala da coragem, da valentia, mas da esfera pessoal...muito pouco.
ResponderEliminarNada como experimentar, Sissi ;)
ResponderEliminarPenso que o espírito da época, com razões que presentemente não defendemos, está aí todo implícito, por exemplo, um filho pegar em armas contra a mãe e vice-versa. Naquela altura tudo era diferente, as motivações outras...
ResponderEliminarFazer um romance histórico procurando humanizar as personagens de uma época tão distante, é talento.
Bj
Olinda