Os
gritos estancaram-se-lhe na garganta. O mundo constava apenas de uma dor
infinita, que não era só física. Havia uma outra, provocada por humilhação e
culpa incomportáveis. O seu corpo parecia cair num poço fundo, a uma velocidade
vertiginosa, enquanto a sua mente se mantinha à superfície, flutuando. Era como
se ela se tivesse dividido em duas e o seu corpo já não lhe pertencesse. Os
olhos verdes-água fixaram-se vítreos nas copas dos choupos que a rodeavam. A
parte de si que se compunha do seu pensamento, o seu verdadeiro ser, ascendeu ao
cimo das árvores, que se moviam com o vento. No chão, o Fuças, de respiração ofegante, movia-se dentro de um corpo
inanimado.
Depois
de soltar um grunhido, ele ficou, por momentos, imobilizado em cima dela.
Largou-lhe o braço torcido, mas ela deixou-o naquela posição. Já não sentia a
dor, o braço não lhe pertencia, nada naquele corpo lhe pertencia. O seu olhar
vazio continuava fixo nas copas das árvores, movidas por um vento cada vez mais
forte. Ela encontrava-se lá em cima, a balançar, ao sabor do vento…
Hmmmm...
ResponderEliminarNo comment's.
Pago para ver.
;)))
Quero mais! :)
ResponderEliminarEntão e o resto?
ResponderEliminarFica por aqui.
ResponderEliminarÉ só um pequeno extracto do livro em que estou a trabalhar.
Cristina,
ResponderEliminarfiquei com muita vontade de ler mais.
Sublinho o "muita"!
Cumps.
Pois eu também estou ansioso por esse livro.
ResponderEliminaro primeiro extracto já prometia, este promete ainda mais. pelo que vj estamos todos expectantes...
ResponderEliminarbj
olinda