Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

8 de fevereiro de 2012

Pré-publicação #2


Os gritos estancaram-se-lhe na garganta. O mundo constava apenas de uma dor infinita, que não era só física. Havia uma outra, provocada por humilhação e culpa incomportáveis. O seu corpo parecia cair num poço fundo, a uma velocidade vertiginosa, enquanto a sua mente se mantinha à superfície, flutuando. Era como se ela se tivesse dividido em duas e o seu corpo já não lhe pertencesse. Os olhos verdes-água fixaram-se vítreos nas copas dos choupos que a rodeavam. A parte de si que se compunha do seu pensamento, o seu verdadeiro ser, ascendeu ao cimo das árvores, que se moviam com o vento. No chão, o Fuças, de respiração ofegante, movia-se dentro de um corpo inanimado.
Depois de soltar um grunhido, ele ficou, por momentos, imobilizado em cima dela. Largou-lhe o braço torcido, mas ela deixou-o naquela posição. Já não sentia a dor, o braço não lhe pertencia, nada naquele corpo lhe pertencia. O seu olhar vazio continuava fixo nas copas das árvores, movidas por um vento cada vez mais forte. Ela encontrava-se lá em cima, a balançar, ao sabor do vento…

7 comentários:

  1. Hmmmm...
    No comment's.
    Pago para ver.
    ;)))

    ResponderEliminar
  2. Fica por aqui.
    É só um pequeno extracto do livro em que estou a trabalhar.

    ResponderEliminar
  3. Cristina,
    fiquei com muita vontade de ler mais.
    Sublinho o "muita"!

    Cumps.

    ResponderEliminar
  4. Pois eu também estou ansioso por esse livro.

    ResponderEliminar
  5. o primeiro extracto já prometia, este promete ainda mais. pelo que vj estamos todos expectantes...

    bj

    olinda

    ResponderEliminar