Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

19 de maio de 2012

Eh, valente soldado!

O toureiro francês mais famoso acabou com a perna perfurada na praça de touros de Madrid mas voltou à arena, ainda a sangrar, para matar o animal.

Adoro coisas destas!

O touro não teve hipótese de escolha, viu-se, de repente, numa arena. Quando foi atacado, defendeu-se. E, quando julgava que não o molestavam mais, eis que surgiu o agressor, qual Cristo ressuscitado a sangrar das chagas (que isto, já dizia o Tomé, é ver para crer, não fosse o touro pensar que se tratava do irmão gémeo) e deu cabo dele.

Garanto-vos: se isto é um homem, ainda dou em lésbica!


5 comentários:

Irene Alves disse...

Olá, vim atrás de ti porque te
tenho visto em comentários e
gostei do teu aspecto...Chego
aqui apanho com um post que
subscrevo totalmente.Valeu a pena.
Então até outro dia. Passa bem.
Irene Alves

Bartolomeu disse...

Vejo-me forçado a ter de apresentar uma reclamação.
Não sei se já notaste, minha Amiga Cristina, que são muitíssimo maior número aqueles que aplaudem e vibram com a morte do touro na arena, que aqueles que enterram o ferro.
Por outro lado, não me parece ético da tua parte estares a responsabilizar o toureiro por uma hipotética decisão de mudança de gostos sexuais, que em minha opinião, representaria uma imensa perca, para a comunidade masculina.
De qualquer forma, e sem ser adepto desse "espectáculo" acho que um tipo que enfrenta um animal daqueles, com um pedaço de pano numa mão e uma espadinha da treta na outra, precisa ter um grande par de tomates. Ou então... já não os tem... e olha... já está por tudo.
;)))

Cristina Torrão disse...

Obrigada pela visita, Irene.

Bartolomeu, reclamações são sempre bem-vindas, desde que sejam assim, educadas ;)
Sim, é claro que a tourada vive daqueles que a apreciam e aplaudem e que são muitos mais do que aqueles que a praticam. E até posso compreender que a "mística" da tourada esteja na coragem dos toureiros, porque, sim, é preciso coragem. Mas, quem é tão corajoso, não podia demonstrá-lo de outro modo?
Além disso, este toureiro já perdera o combate e só a medicina lhe permitiu voltar à arena. Tinha mesmo de lá voltar para dar cabo do touro? Cá para mim, faltou-lhe mas foi a coragem para admitir: "desta vez, falhei."
De resto, não te aflijas, já não estou em idade de mudar gostos sexuais ;)

Anónimo disse...

Querida Cristina, yo he visto torear a Sebastian Castella: es algo asombroso. Realmente valiente. No se mueve cuando el toro embiste. No me extraña que el toro le haya corneado. Sé de tus simpatías por los animales, pero vale la pena ver a Castella en la plaza de toros. Deberías animarte, aunque desde Alemania es difícil, claro. BB

Cristina Torrão disse...

Caro BB (eu sei quem é ;), na Alemanha, não há touradas, nenhuma das dezenas (ou serão mais de cem?) de canais de televisão mostra touradas. É algo muito específico da Península Ibérica e de algumas regiões de França.
Eu compreendo que, para quem vive com touradas desde o berço, lhe seja difícil desistir de apreciá-las. Eu também assisti, na minha infância e, para ser sincera, até gosto da pega (à portuguesa, não sei se em Espanha também há). Os homens enfrentam o touro sem outros meios e é justo que sejam vários, porque o touro é mais forte. Depois, deixam-no, sem lhe terem feito outro mal, que não fosse o de o confundir.
Mas, matar o touro na arena...

Embora evite comer muita carne, não sou vegetariana e sei que vários animais têm de morrer, para que eu me alimente. Mas recuso-me a assistir a rituais de morte, sejam eles quais forem.
Também não sou capaz de matar uma galinha e muita gente acusa as pessoas que não são capazes de o fazer e que não deixam de comer galinhas. Eu acho que essa acusação é injusta, porque, da maneira como o mundo evoluiu, não precisamos de matar os animais que comemos e não fomos habituados a isso. Mas, se eu não tivesse outra hipótese - do género: ou mato a galinha, ou morro de fome - é claro que a matava. Mas por mera necessidade de sobrevivência.