Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

21 de junho de 2012

Naquele Tempo (4)


"Para todos, porém, mesmo para Fernão Lopes, embora ele não o diga, era indispensável dotar a cidade dos símbolos da sua nobreza, da sua riqueza e da sua segurança. Eram, nesta época, os símbolos monumentais concretos, visíveis e bem elevados acima do casario: as grandes igrejas ou catedrais que atraíam a protecção divina, os palácios onde moravam os detentores do poder, as altas torres que se podiam ver de muito longe e das quais se controlava um largo território, e finalmente as muralhas que não serviam só para proteger dos inimigos, mas também para separar o espaço onde reinava uma certa liberdade individual daquele onde a maioria estava sujeita ao trabalho da terra e a tributação.
Portanto, para todos, a cidade, sede do poder, da riqueza, da ordem, da racionalidade. Pólo organizador do espaço e da sociedade. Centro do mundo. Íman de bens, de homens e de saber. Lugar do encontro entre Deus e todos os homens. Prefiguração da Jerusalém celeste".

(Página 191, A cidade medieval na perspectiva da história das mentalidades)

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