Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

25 de julho de 2012

Como o cão e o gato

Costuma dizer-se que são "como o cão e o gato", quando duas pessoas não se dão uma com a outra. É verdade que os cães costumam atacar gatos. Na aldeia transmontana de onde o meu pai é natural e onde, antigamente, os animais andavam à solta, volta e meia juntava-se um grupo de cães para dar cabo de um gato. Muitos se perguntam porquê, mas tal ocorrência tem duas explicações bem simples:

1 - Os cães são, na sua natureza, predadores, com um instinto de caça muito forte (aliás, como os gatos) e, como animais sociais, conhecem a eficácia de caçar em grupo.

2 - Os cães costumam ser maiores e mais fortes do que os gatos. Cobardia? Não é conceito que conheçam, sabemos que na Natureza impera a lei do mais forte, como garante de sobrevivência (o que já não se aplica aos humanos). Um cão que resolvesse atacar um leão, ou um tigre, resolvia a sua fome de outra maneira, pelo simples facto de que não mais sentiria fome. E os próprios gatos também se contentam com ratitos, passarinhos, ou, na melhor das hipóteses, com coelhos ainda em fase de crescimento.

Mas a amizade entre um cão e um gato também é possível e muito mais frequente do que se possa pensar. Normalmente, basta que um deles seja ainda bebé, quando travam conhecimento. Um cão criado numa família humana, não tem grandes problemas com o aumentar da "matilha". Se os humanos trouxerem um gatinho para casa, é quase certo e sabido que o cão o adota. Estando bem integrado, os humanos já lhe mostraram que, quem pertence à família, não é presa. Há, inclusive, cadelas com um forte instinto maternal que adotam tudo o que lhes apareça pela frente, sejam gatinhos, coelhinhos e, mesmo, ouriços-cacheiros (conheço até o caso de uma cadela que adotou uma ninhada de raposas). Mas o contrário também acontece: um gato costuma aceitar um cachorrinho na sua família. Se forem os dois pequenos, ainda melhor, pois, ao cresceram juntos, tornam-se amigos inseparáveis.

Junto algumas fotografias, que recebi por email, que confirmam este tipo de amizade cão/gato. É preciso, no entanto, ter consciência de que elas não são o garante de que estas coisas funcionem. Tudo depende da educação do cão, isto é, do lugar que ele ocupa na família. Além disso, os humanos, como responsáveis pelo bicho, devem conhecer-lhe bem o carácter, o que, infelizmente, nem sempre acontece.





3 comentários:

Imperatriz Sissi disse...

Uns amores, os bichinhos...

Bartolomeu disse...

É verdade o que afirmas, Cristina.
Em minha casa co-habitam 2 cães e 4 cadelas. De todos, só a cadela mais velha pode entrar, os restantes permanecem fora. À 3 anos foi lá para casa um gato muito pequeno. Bastou dizermos à cadela mais velha: não se faz mal ao menino, para que ela o adoptasse e o protegesse dos outros, sempre que saíam para o jardim. Como o local onde vivo, é um monte e em redor existem variadíssimos animais predadores, como raposas, ginetes, saca-rabos, torões, etc. um dia, já depois de adulto, o gato não voltou. Como tinha sido castrado, exclui-se a ipótese de se ter deixado seduzir por uma gata. O mais provável é que alguma raposa se tenha "apaixonado" por ele, ou assim...

Cristina Torrão disse...

Uma fofura, Sissi :)

Oh, Bartolomeu, coitadito...