Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

8 de abril de 2014

Inspirações revolucionárias (4)



Ernesto Tavares era um fanático da ordem pública, orgulhava-o ter oportunidade de contribuir para tal, gostava de mostrar o seu poder, defensor da disciplina e da obediência cega, inimigo de qualquer forma de contestação. O questionar a justiça vigente fazia com que se perdessem as rédeas. E Ernesto, além de recear o caos, era sedento dos aplausos pela firmeza das suas atitudes.
O governo do Dr. Oliveira Salazar tudo fazia para evitar o caos. Via-se, naquela altura, obrigado a embarcar numa guerra, a fim de acabar com a insubordinação nas colónias. Iniciara-se a luta armada pela independência de Angola, instada por terroristas incapazes de agradecer o que os portugueses haviam feito por eles e pela sua terra.


6 comentários:

Bartolomeu disse...

Os sentidos naturais dos seres humanos, muito raramente os capacitam de perceber o futuro, do presente.
Nem nunca o Ernesto imaginou que o regime político implantado e defendido pelo Dr. Salazar viria a transformar-se num outro democrático, filho de uma revolução e ainda, que esse regime de amplas liberdades e de respeito pelos direitos humanos, viria mais tarde a transformar-se num "novo" regime ditatorial-caótico, pseudo-democrático.

Cristina Torrão disse...

Não, ele de facto não imaginava. Mas diz que se adaptou, como os outros...

Bartolomeu disse...

Os objetores de consciência sempre existiram Cristina. E, da forma como esta "democracia" é exercida, ou seja, no alto de um pedestal de mentira, em que ninguém é responsável de nada, em que a justiça só julga os casos daqueles que não dispõem de meios económicos para pagar a bons advogados, em que a polícia vive tantas "desordens" internas como qualquer família desestruturada, onde qualquer manifestação publica se auto-desmobiliza antes que os tipos da polícia de choque se lembre de dar corda aos bastões... o que há a fazer é encontrar a forma de objetar conscientemente.

Cristina Torrão disse...

Realmente, a democracia está pelas ruas da amargura... Não quero dizer que a alternativa é a ditadura,longe disso. A democracia é que tem de ser reinventada. Mas não estou a ver como, sendo o dinheiro quem manda no mundo.

Bartolomeu disse...

Ora aí está, Cristina! Vivemos em plena e absoluta ditadura capitalista. E nem sequer é uma ditadura financeira, porque cada vez mais, esta ditadura oprime e subjuga, inclusive aqueles que governam os países e os povos.
Em minha opinião, é imperativo que uma nova Ordem Social seja estabelecida. Como e quando, não faço a menor ideia nem suposição. Contudo, a avidez, a insaciabilidade desta ditadura capitalista, vai acabar por sugar todos os recursos energéticos e humanos, em última hipótese, ira sugar-se a si mesma. O ideal será - e do meu ponto de vista não estará fora da lei das probabilidades - que se sugue a si mesma, antes de sugar os recursos do planeta. Se assim acontecer, terá a humanidade mais chances de começar a reerguer-se, apoiada em valores mais sólidos e sustentáveis que o dinheiro.

Cristina Torrão disse...

Espero que tenhas razão, quanto à ordem dos "sugamentos" ;)
Mas olha que eu não acredito na humanidade. É pessimista da minha parte, eu sei, mas é mesmo assim. Acredito em alguns humanos, mas não na humanidade. Por isso, bem se podem sugar uns aos outros... Só espero que ainda demore, pelo menos, umas cinco décadas.