Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

19 de julho de 2011

Pois... (e retomando o tema)

Da autoria de Hugo Xavier, via Blogtailors (texto completo no link do autor):

A crise chegou e as editoras estão em pânico. As curtíssimas margens de lucro num negócio que pouco tinha de negócio desapareceram num espaço ainda mais curto de tempo. As livrarias não pagam, os leitores não compram. E vai piorar.As pequenas e médias editoras ou têm fundo de maneio que lhes permita aguentar a crise ou vão fechar portas (conheço muito poucas que tenham essa almofada de segurança). O mesmo vai passar-se com as pequenas e médias livrarias.

No que toca às grandes editoras, as soluções dos gestores passam por baixar preços e fazer grandes saldos, medidas inevitáveis para a sobrevivência no momento mas de consequências desastrosas no futuro. Se e quando a crise começar a passar, os alguns anos de preços da chuva, "packs" e saldos vão condicionar os leitores sobreviventes relativamente a preços mais 'verdadeiros'.

Não devemos escamotear a verdade: o sector vai ficar moribundo. Vão fechar editoras, distribuidoras, livrarias e mesmo gráficas. Muitas. A maior parte. Vão ficar sem trabalho editores, livreiros, comerciais, tradutores, revisores, técnicos diversos das mais diversas áreas ligadas à edição de livros e sua produção.

7 comentários:

JR disse...

Isso é uma visão catastrofista que não irá acontecer bem assim.
E há sempre a alternativa dos e-book, mais barata embora menos simpática para quem se habituou ao peso e ao cheiro dos livros.

antónio ganhão disse...

O fim está próximo... ;)

Cristina Torrão disse...

Sim, eu também não costumo acreditar em visões tão catastróficas. Mas há algo de verdade...

Por outro lado, nada tenho contra o facto de que os livros se tornem mais baratos, ou de alternativas como os e-book.

NLivros disse...

Boas!

Sobre esse assunto, embora não esteja por dentro de todos os pormenores e números, quer-me parecer que há muita contradição.

Pelo que sei a percentagem que o autor ganha por capa ascende, no máximo, aos 10, 15%. Ou seja, num livro, 85% do valor é para pagar gráficas e aos profissionais que trabalham no livro, para além do lucro da editora.

Isso vai entroncar no que, a meu ver, mais contribui para essa crise. Sejamos realistas, Portugal tem poucos leitores, daqueles que gostam de ler. Sei, porque foram editoras que me disseram, ser o preço dos livros alto, porque as edições são curtas e isso se comparar-mos com edições no estrangeiro. Ou seja, a meu ver, os livros em Portugal são muito caros e depois as livrarias são pouco apelativas. Entramos com vontade de comprar e saimos, quase sempre, sem nenhum livro nem sequer há ninguem que se aproxime a perguntar se queremos ajuda.

Ou seja, os próprios livreiros têm culpa.

Agora, faz-me confusão perceber que as editoras estão dependentes das livrarias que pagam quando entendem. Mas quem fornece os livros, não são as editoras? Elas não têm uma Associação que supostamente deveria defender as editoras? Porque não se unem numa politica e táctica comum? Se calhar não interessa às próprias editoras.

Porque não se aposta mais nas edições de bolso a preços de facto mais baixos e não a preços que pouco inferiores são aos livros de dimensão normal?

Porque há livros cuja ediçao de bolso nunca se encontra e é ver o mesmo titulo bem à vista na edição convencional?

Penso que é uma área pouco ou nada reguladas e, a meu ver, tal responsabilidade é das próprias editoras que se deviam impor e não viver do que os livreiros lhes apetece fazer. Obriguem a APEL a mexer-se, a regular o sector e a criar regras.

Um dia que essas editoras fechem, se calhar a APEL fecha também e, nessa altura, já os estou a ver a virem para as tv's a fazerem papel de vitimas.

De notar que a imagem que tenho da APEL é muito negativa.

Cristina Torrão disse...

Eu também acho que devia haver mais edições de bolso. Na Alemanha, quase todas as edições são de bolso, apenas uma minoria dos livros é editado em capa dura (só há as duas modalidades, em Portugal, costumo dizer que há uma intermédia, de qualquer maneira, bem mais cara do que a de bolso). Conclusão: na Alemanha, um romance histórico custa entre 9 e 12 euros (edição de bolso). E as pessoas têm melhor poder de compra.

Não sei como funciona aqui a relação livrarias/editoras.

Quanto à APEL, não me pronuncio, não tenho o mínimo conhecimento de causa.

Daniel Santos disse...

não faz mal... em Setembro surgirá a obra prima que salvará a literatura.

NLivros disse...

Xi Daniel, qual é?

Fiquei curioso!