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A Öko-test e a Stiftung Warentest são duas instituições alemãs independentes que fazem inúmeros testes aos mais variados produtos. Há décadas que sigo os resultados, nomeadamente, os dos produtos de beleza, pois servem-me de orientação para as compras. E permitem-me poupar muito dinheiro.
Recentemente, dei conta de resultados parciais da Öko-test em relação a amaciadores para cabelos pintados. Falo em resultados parciais, pois não cheguei às informações através da sua revista trimestral, nem assinando a sua página da internet, mas de outra plataforma online que revela apenas alguns. Na base deste artigo, está aliás a publicidade a certos produtos. Porém, os resultados, como é óbvio, não foram alterados.
O teste em questão abrangeu trinta amaciadores, com preços entre 0,43 € e 39.90 € (200 ml). E surpreendeu os próprios responsáveis pela Öko-test: metade dos produtos mereceu a nota “Muito Bom”, mais sete levaram “Bom”. Dos quinze com a nota máxima, o artigo online apresenta cinco, com preços a variar entre 1,39 € e 10,99 €.
Sim, leram bem: há um produto de excelente qualidade e onde não se detetaram substâncias tóxicas, ou outras prejudiciais à saúde, por apenas 1,39 €! Trata-se da “marca branca” de uma conhecida rede de drogarias.
Muitos dos produtos que uso são dessa marca. Na Alemanha, há cadeias de supermercados apenas de produtos de beleza, cosmética, higiene, limpeza, etc., em suma, aquilo que se costuma (ou costumava) encontrar em drogarias. Essas cadeias têm as suas “marcas brancas”, com duas grandes vantagens. Em primeiro lugar, costumam ser de boa qualidade, pois sabem perfeitamente que, tanto a Stiftung Warentest, como a Öko-test, andam atentas. E, como há muita concorrência, normalmente não arriscam lançar no mercado um produto suscetível de ter mau resultado. Em segundo lugar, “obrigam” ao baixar dos preços de muitas marcas conhecidas.
Na verdade, os produtos de beleza e higiene pessoal são, na Alemanha, muito mais baratos do que em Portugal. Alguns custam mesmo um terço do preço, ou menos, como os sabonetes líquidos (embalagem de 500 ml por 0,65 €), ou os produtos da Nivea. E relembro serem os ordenados alemães, na generalidade, dois a três vezes superiores aos portugueses. Ou seja, o poder de compra, neste aspeto, é quase incomparável.
Mas mesmo em Portugal ninguém tem de comprar produtos caros para tratar da sua pele, ou do seu corpo. Acompanhando estes testes há quase trinta anos e lendo artigos sobre o assunto, aprendi que, mais importante do que substâncias vendidas como milagrosas em produtos de preços proibitivos (sim, aquelas marcas, geralmente francesas, que todos conhecemos), é a regularidade com que tratamos da nossa pele. Importante é igualmente o produto não conter substâncias tóxicas e/ou consideradas cancerígenas, conservantes suscetíveis de causar alergias, ou mesmo hormonas (nos amaciadores de cabelo, por exemplo, há hormonas que melhoram a proteção da coloração; mas também em cremes se utilizam hormonas). Lembro-me bem de, há alguns anos, um teste ter chocado o país, ao detectar substâncias muito tóxicas num creme de cerca de 40 € da conhecida Vichy, colocando-o muito atrás de um outro, “marca branca” de um supermercado, que se podia adquirir por dois ou três euros! A Öko-test é a mais rigorosa das duas instituições, pois testa o potencial reciclável da embalagem, por exemplo, e valoriza produtos vegan.
Não excluo que cremes caros possam ter algumas vantagens. Mas, em relação a outros, bem mais baratos, elas são mínimas. Mais importante é, repito, a assiduidade com que cuidamos da pele, nunca facilitando, alegando não ter tempo ou vontade. E não esquecer a alimentação e hábitos que dão cabo dela, como fumar ou exagerar no consumo alcoólico.
Entre leite de limpeza, água de rosto, cremes de dia, de noite, de contorno de olhos, champô, gel de duche, etc., gasto produtos que vão dos singelos 0,79 € aos 6 €. Não deteto diferença nos resultados em relação a conhecidas da minha idade, mais aptas a abrir os cordões à bolsa.